domingo, 30 de outubro de 2016

Comunicação das alturas, Comunidade das alturas. 9.

 Um dia um bom Fauno, se ajoelhou a jurar proteger e amar sua amiga Fauna, nesse dia os olhos se encheram de brilho dos dois, e cantaram as noites adiante a felicidade de um laço muito poderoso que criaram entre si. Não obstante de chacoalhar as coisas, a vida sempre nos mostra seus lados mais difíceis e seus caminhos mais tortuosos. E a partir de um dia triste, o caminho dos dois amigos se distanciaram, mesmo estando um ao lado do outro sempre, os seus anseios já não eram mais os mesmos. A Fauna seguia seu caminho para todos os Faunos, e o Fauno já não podia mais seguir e desejava viver sua vida sem interferência de laços tão infantis. As coisas iam apenas piorando, e sua amiga já observava o que estava prestes a acontecer ao seu amigo, houve um dia que desejando muito que a Fauna deixasse de lado seus laços e procura-se viver uma nova vida como a dele, cortou-lhe a cabeça afim de crescesse ali uma nova flor com novos frutos, com coisas novas. Porém no lugar da flor cresceu uma arvore já doente e a secar. A vida mostrou que a Fauna parecia mais preocupada com os assuntos alheios a ela do que com sua própria vida, e o Fauno mostrava-se desinteressado pela vida alheia e só tinha olhos para si e suas coisas.
 A missão de cada um na Vida não é muito clara nem quando ficamos mais velhos, é de responsabilidade de cada um viver sua missão e completa-la, no reino da Fauna vivemos uns nos outros porém não podemos com os nossos olhos e as nossas bocas enfrentar o destino de cada um, e escolher como será cada destino. Direcionar sempre para onde vemos melhor é amável, mas conduzir aquilo que nasceu para a condução é muito mais complicado, ainda mais quando tentamos erradicar o brilho que há em cada um. Se brilha em nossos olhos, jogue mais luz, para que brilhe muito mais à todos nós.
 Nunca fui de ofuscar ou cobrir o brilho das pessoas, se um dia eu já fiz isso não foi intencionalmente e com toda certeza até hoje não sei se o fiz. Ao contrario estimulei a muitos seguir caminhos que talvez nem fossem adiante e isso poderia estar nos meus olhos, porém a vontade de cada um tem que ser levada em conta sempre que pudermos, até com os nossos filhos e nossos pais.

(Dreamy, Elegant, Josephine Cardin)

domingo, 23 de outubro de 2016

Comunicação das alturas, Comunidade das Alturas. 8.

 O nosso lugar pode ser um lugar de muitas irregularidades, o universo. Pode ser incompressível, e não nos dar o prazer. Mas também em seu padecimento pode, nos deixar se apaixonar, e de nos deixar sentir também a ele a nossa misericórdia carinhosa e apaixonada. Deus também vive em nós. E nós vivemos Nele.
 Não esqueci também de viver no outro. Não controla-lo, só quem controla é Deus todo poderoso. Mas viver no outro, como se outro fosse o que vivesse em mim.

"Entristecidos mas sempre alegres, pobres mas enriquecendo a muitos, nada tendo mas possuindo tudo".

(Dreamy, Elegant, Josephine Cardyn).
.

domingo, 25 de setembro de 2016

Pertences, de todos.

 Nas nossas andanças pela grande estrada da Vida, nos encontramos com diversos tesouros, matérias, materiais e infinitas formas da existência de Deus. Todos esses bens são nos dado por dons e pelo Universo Todo Poderoso. A relação que existe entre algo que é seu e algo que é de Deus é praticamente inexistente neste sentido, pois se o Todo Poderoso nos tem como seus pertencentes, da grande descendência de Abraão, tudo que é nos dado por Ele é ainda mais Dele, até o pó para o qual voltaremos. Com isso refletimos como usamos e desfrutamos dos pertences de Deus.
 Havia há muito tempo, um Fauno rico que vivia em roupas finas e se banqueteava esplendorosamente em horários acertados pelos servos, todos os dias. Existia também, um outro Fauno, nesse mesmo tempo, que caído, vivia à porta do rico coberto de feridas, desejava, o Fauno, comer das migalhas que caiam da mesa do rico, mas no minimo vinham os cães à lamberem suas feridas.
 Ora, se até as migalhas e os cães pertencem ao Universo Todo Poderoso, há de roer e sofrer ao pecado aquele que rouba todos os pertences de Deus para si e ainda por cima negligência a vida do irmão que assim como a sua própria vida é pertence de Deus. O Fauno rico, parece não cometer nenhum pecado pois se tudo que tem é de seu esforço ou trabalho árduo para manter o que foi dado pelos seus pais, o que lhe afligira? Além da consciência que está pronta para ele. Por outro lado o Fauno pobre pode também não ter feito nada pela sua própria vida, se mantendo e se agarrando as migalhas e aos misericordiosos cães tão afáveis e de sentimentos gratuitos.
 E sempre bom lembrar que a riqueza é feita de pobrezas e mazelas, tudo que é construído é pela força dos pobres almejando algum ouro. "Jesus só nos pede a conversão à justiça e a partilha fraterna."(Matersol)
 É na alegria que o Fauno, levanta e anda! As feridas do egoismo são curadas através de suas próprias libertações, as feridas das tristezas são curadas através da busca pela felicidade e suas conquistas. Na caridade e no amor, desejo a todos que alegrem seus corações e alegrem as suas mentes, não olheis os vossos pecados mas a força que anima as vossas vindas, hoje e sempre.

"O rico exclui o pobre da sua vida e o pecado é a indiferença. Todos podem se tornar cegos, surdos e vagarosos e está morto quem não tem mais a capacidade e o élan de mudar sua atitude. Todos podemos, além de riquezas, ter um coração endurecido de um rico, indiferente ao que acontece à nossa volta, virando o rosto e fechando as narinas aos miseráveis que atravessam o nosso caminho. Jesus só nos pede a conversão para a justiça e a partilha fraterna, pois um Lazaro qualquer de nossas vidas, o menor entre os menores, é e sempre será o que poderá interceder por nós diante Daquele que vive e reina com o Pai, na unidade do Espirito Santo, amém."
(Matersol)

(Jovem garota durante evacuação da cidade de Barcelona, Espanha, Janeiro, 1939, Robert Capa.)

domingo, 18 de setembro de 2016

Lideres atuais, governam por dinheiro.

 Os lideres atuais, de todo o nosso ocidente, são o mercado e suas trocas ilegais. Atuam arduamente para que a produção seja mais barata que a matéria prima, e se puderem esses ainda, irão tomar a descoberta do sal e do ouro. A real legitimidade da politica que se passa é a republica da burguesia, mercenária burguesia, que se enraizou, em: "dar pronta a saída do trigo, para diminuir as medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias"(Amós)
 O Fauno, em sua montanha, percebe todo o limiar da pobreza. A sua pobreza máxima e íntima, das riquezas externas, vaidosas, que invadem os corações e as mentes em toda oportunidade, dá um acesso ao sentimento daquele verdadeiramente pobre, que é justamente aquele que ao tempo todo funciona a ficar mais rico e tomando para si as vaidades do mundo. Nada está correto, e nem tudo esta errado. Mas se "vós maltratais os humildes e causai a prostração dos pobres da terra" nunca mais os esquecerão por isso.
 E não podemos nos esquecer, pois se agrava o apego ao dinheiro e a negação da existência de um ser divino feito a imagem de Deus todo poderoso. E a aceitação daquele ser, como simples instrumento da mãe terra, ou como a vida sendo uma simples passagem sem importância, não os enganem, portadores da voz e da ciência, com falas filosóficas e argumentações que defendam uma padronização, que sejam mediadoras à vida, contando o ser e o dividindo. Como fazem os grandes ricos que medem, contam, e racionam a dignidade e as colocam no bolso de quem as faz por merecer, eles desprezam e desconhecem e fogem da pobreza humana que anda pelas calçadas e voa pelo ar.

 "Jurou o Senhor: Nunca mais esquecerei o que eles fizeram."

        "Sócrates — Sendo assim, em qual circunstância, em que for necessário usar dinheiro ou ouro em sociedade, o homem justo é mais útil que qualquer outro?
        Polemarco — Na circunstância de desejarmos fazer um depósito em segurança, Sócrates.
        Sócrates — Mas isso significa: quando não utilizamos o dinheiro e preferimos deixá-lo imobilizado. Certo?
        Polemarco — Sem dúvida.
        Sócrates — Logo, a justiça só é útil quando o dinheiro for inútil?
        Polemarco — Creio que sim.
        Sócrates — Então, no caso de precisarmos guardar uma podadeira, a justiça é útil tanto do ponto de vista comum como particular; contudo, se precisarmos usá-la, é mais útil a arte de cultivar a vinha?
        Polemarco — Parece que sim.
        Sócrates — Tu concluis, portanto, que, se quisermos guardar um escudo e uma lira, sem usá-los, a justiça é útil; porém, se desejarmos nos servir deles, é mais útil a arte do soldado e
do músico.
        Polemarco — Necessariamente.
        Sócrates — Por conseguinte, a respeito de todas as outras coisas, a justiça é inútil quando nos servimos dela e útil quando não nos servimos?
        Polemarco — Penso que sim.
        Sócrates — Logo, meu amigo, a justiça é muito pouco importante, se ela se aplica somente a coisas inúteis. Mas vamos examinar o seguinte: em um combate ou numa luta qualquer, o homem mais capaz de desferir golpes é também o mais capaz de se defender?
        Polemarco — Sem dúvida.
        Sócrates — E o mais capaz em preservar-se de uma doença não é também o mais capaz em transmiti-la secretamente?
        Polemarco — Creio que sim.
        Sócrates — Mas não é bom guarda de um exército aquele que furta aos inimigos os seus segredos e os seus planos?
        Polemarco — Não resta dúvida.
        Sócrates — Por conseguinte, o hábil guardião de uma coisa é também o hábil ladrão dessa mesma coisa.
        Polemarco — Parece que sim.
        Sócrates — Logo, se o homem justo é hábil em guardar dinheiro, o será também em furtá-lo."
 (A República, Sócrates?)

(Calçada na época de natal, Atenas, 1980, Chris Steele-Perkins)

domingo, 11 de setembro de 2016

A reflexão junto a oração.

 Existem dias que só da para se aprender certos assuntos na medida reflexiva, em um bom momento só. Uma boa hora para se começar a aprender com o pensamento reflexivo, são nos instantes onde não se há nada que deva pensar. Nesse acontecimento, lento, longo e em paz e sincronicamente tendo um pensamento agitado, com busca a resolução de temas naturais e comentados para o descobrimento de novas contemplações. Nada importa menos do que as "coisas" significantes, em nossas vidas, individualmente e compartilhadamente.
 É por isso que se deve espalhar uma beleza à reflexão, onde se encontrará os nossos pensamentos aos pontos mais significantes, da comunidade, da sociedade e também do nosso interior que é um desconhecido que é caminhante ao nosso lado. Assim, como se abrem as portas ao futuro. Levando a todos a contemplação, em qualquer medida, do universo todo poderoso dentro e fora de nós mesmos. Teremos então quebras e renovações de conceitos, finalmente culminando em uma humanidade que se desenvolve, a partir de opiniões críticas individuais que levam todo o meio a uma evolução amorosa e comunitária.
 Ironicamente a atual situação governamental do estado e da nação, em especial do nosso país o Brasil onde se distanciam um do outro visivelmente, a situação nos deixa de queixo caído e com certo sentimento de impotência, por outro lado está nos levando a olhar por outros pontos de vista a respeito do nosso estado (governo), é sobre uma pressão psicológica nacional que a opinião critica a respeito das "governanças" esta se desenvolvendo, temos resultados rápidos e verdadeiros quanto ao real sentimento do brasileiro nos tempos atuais. Mas o Fauno, sempre irá nos ajudar, independente de "governanças". Irmão se é com misericórdia que se dá sua afável atenção e serviço leal, ele se levanta todos os dias e anda. E na alegria e no amor, perdoai os vossos pecados, e junto de nós, nos conduza a vida eterna.

 "Orar é um momento de refletir" (Michel)

"Quantas vezes as expressões artísticas podem ser oportunidades para lembrarmos de Deus, para ajudar nossa oração ou para converter o nosso coração!" (Bento XVI)

 (Batismo do Senhor, Paulo Fusco, Chiapas)
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Homens, comunos.

 Faunos, de que vale também toda essa graça, se não se passa pela escuridão e se experimenta os temperos da vida? Eis que, quem não conhece tal caminho dele não se sabe muito. Mas eis que, se conhece tal caminho e dele entende se muito bem. Então esse pode se arrepender, esse pode passar por cima e dizer que conhece bem essa dor. A experiência das situações, dos encontros, nos levam a contemplar melhor e com mais precisão, perceber o belo e sublime que a vida pode propôr, apesar de tantas coisas que nos impedem de assistir ao esplendor que é o universo todo poderoso. Basta um sinal, e todas as nossas perspectivas mudam a respeito da vida. O caminho mais tortuoso é aquele em que mais se demora, é aquele onde é mais perigoso, é o caminho mais medonho e, justamente, todos esses caminhos são os da esperança, da coragem, da superação, os caminhos da experiência.

 "Eu vos digo, assim haverá no céu, mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão".
 (Lucas, 15, 7)

 "Celebramos nesta liturgia a misericórdia de Deus: perdoa o povo infiel e idólatra".
 (Matersol)

"Talvez os distantes mais irrecuperáveis são aqueles que se fecham em casa e se negam a assumir a lógica louca da compaixão."
 (Matersol)

(Cordeiro recém nascido se aconchega no menino dormindo, 1940, Inglaterra, foto de Willians/Fox)

domingo, 28 de agosto de 2016

Homens, usem mais a mente, menos a pança.

 Homens do que vale seus cetros e suas flautas enfiados nas entranhas de suas companheiras ou seus companheiros? Não lhe basta toda o mofo que num pingo d'água vem a vida? Toda a enfermidade que o ato desenfreado te traz em gerais consequências, na vida dos vossos irmãos? Pratiquei com cuidado vossos desejos. Pois a soberba dos hábitos sempre nos sobe a cabeça e quando não nos procurarmos, à nos arrependermos das nossas vaidades mais desnobrecidas, que inevitavelmente como animais, são vossas vaidades "tão necessárias" para a existência, pratique sem demasia. E se arrependa de sujeitar o mundo a tais hábitos. Como um animal no sio, de tempos em tempos, a mulher e o homem não são igualmente, apenas basta lhe darem na telha.
 O Fauno, perseguiu sempre à sua vida a ninfa dos seus sonhos. Porém sua aparência barbuda, chifres e pernas peludas, nunca lhe proporcionaram grandes afetos. Até o pai de Pã, Hermes, apresentou seu próprio filho com vergonha aos Deuses do olimpo, tornando assim a apresentação um show de humor. Porém foi dado a Pã o cuidado dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores, a base de toda uma agricultura e criação de animais direcionada à vida nos interiores, que é onde se destaca a vida humilde nos tempos antigos. Conseguimos com Fauno, Pã ou Sátiro, ver em nossa sociedade atual, diversos homens com mesmas características que são atribuídas aos deuses-menores, vemos também caminhos para a Montanha, a fuga dos nossos erros como pastores, cuidadores de campos e bosques. É a inversão, a metanoia, o arrependimento de toda a mazela trazida um dia pelo Fauno dos tempos antigos, um ser de grandes qualidades porém visto pela história como uma referencia pobre e criminosa.
 A ressurreição proposta pelo novo Fauno, o Fauno que se levanta e anda. É a contemplação, o gozo, de uma vida onde os principais ideais é participar o minimo possível, individualmente, dos prazeres que a vida na terra nos instiga, coisas tão normais, tão fáceis, tão sugeridas e que no fim não sustenta de fato a nossa alma, que tem sede de viver. Até dormirmos para termos força de viver outra vez. E na vida encontramos, a comida, a bebida, os sons, o sexo, a sombra, a água fresca, o descanso entre outras infinidades de coisas maravilhosas. E como mofos sobre a terra, sobrepomos com qualquer filosofia ou ideia mirabolante o outro mofo, que é o mesmo que nós, e só fazemos isso pelas coisas maravilhosas da vida.
 Então com humildade, pratique as coisas maravilhosas da vida. Pense bem no que fazem as cegonhas e pensem mais ainda nos que não fazem como as cegonhas e que vivem por outras funções. Alegrai os vossos corações e alegrai as vossas mentes, conduzi a ti mesmo a libertação de vossos pecados de todo dia, e se anime sempre com intuito de se renovar na humildade ela mais do que te descansa ela te enriquece de paz.

 Na casa dos pobres, Deus sempre encontra lugar.
 (Francisco, Jornada Mundial da Juventude, RJ, 2013)

(O nascimento de Cristo, Jeon Leon Gerome)